Sentir-se aceita (o), amada (o) e reconhecida (o) são sentimentos comuns a todos os humanos. Ou seja, agradar e ser reconhecida (o) não é algo ruim. O problema está quando anulamos nossas próprias vontades, e então, vamos nos afastando de nós mesmas (os) e vivendo apenas pelo outro, na ânsia de estar bem com todos e construir relações harmoniosas. E na verdade, estaremos construindo assim uma vida que não reflete nossas próprias escolhas e necessidades, perdendo com o tempo a essência e a identidade pessoal.
O ato de dizer “não” precisa ser natural, mas nem todo mundo consegue, por causa da preocupação com que os outros podem pensar ao seu respeito e a rotulação negativa. Em questões emocionais, o medo é uma das emoções mais presentes em pessoas com essa necessidade de se sentir aprovada. Esse medo pode ser:
❖ De ser rejeitada (o);
❖ De ser criticada (o);
❖ De expressar a própria opinião;
❖ De não agradar;
❖ De não se sentir aceita (o);
❖ De contrariar outras pessoas […].
Ao sentir todos esses medos, as pessoas costumam “abrir mão” de si para satisfazer o outro sem medir as consequências. Isso pode se estender por dias, semanas ou meses com a sensação de não pertencimento.
O fato de agradar também pode ser uma forma de se sentir aceita (o) em um grupo, algo que se acredita que não conseguir se agisse conforme a sua personalidade. O que não se percebe é o quanto pode ser prejudicial para as próprias emoções, pois algo que deveria ser leve e prazeroso se torna um peso, um fardo de uma vida toda.
Pessoas que têm a necessidade de agradar podem se tornar inseguras, depressivas, ansiosas, ter baixa autoestima e não conseguirem ter condições de decidir por si, precisando sempre da opinião do outro. Então, fique atenta (a) a quando agradar o outro se torna prejudicial para si mesma (o):
❖ Ao deixar de lado as vontades e desejos próprios;
❖ Não conseguir mais identificar do que gosta;
❖ Os gostos são baseados nas preferências e escolhas de outra (s) pessoa (s);
❖ Sente-se incapaz de dizer “não”;
❖ Tem a necessidade de ser vista (o) como alguém bom e legal;
❖ Se culpa por tudo de errado que acontece;
❖ Considera o amor e a entrega como sendo sacrifícios normais;
❖ Apresenta sinais de baixa autoestima, ansiedade, estresse e outros problemas emocionais.
Identificar o princípio dessas atitudes negativas é um dos primeiros passos para melhorar essa necessidade de agradar. Outro ponto importante é trabalhar a autoestima, a insegurança e a ansiedade. Enfim, mudar o que se pode mudar e aceitar o que não pode, são pilares sólidos para o resgate da identidade pessoal e da independência social.
Em geral, não é correto consigo mesma (o) colocar nas mãos de outras pessoas
sua felicidade e sua vida, pois você é a pessoa que melhor pode se conhecer, dando
acessibilidade para si mesma (o) para acreditar em si, expressar suas opiniões e mostrar
sua essência sem medo.
Se você sente que não consegue dar um próximo passo de volta a si mesma (o) sem a necessidade de agradar os outros e isso te oprime, te entristece e te deixa mal consigo mesma (o), procure ajuda psicológica profissional.
Psicóloga Nágila Secchi – CRP 06/120728
Atendimento online para adolescentes e adultos.